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Acadêmicos de Niterói levará a festa junina para Marquês de Sapucaí com o enredo “Vixe Maria”



Em busca do título da Série Ouro em 2025, a Acadêmicos de Niterói divulgou o seu enredo. A azul e branca da cidade sorriso levará a festa junina para a Marquês de Sapucaí em seu próximo desfile. Com o título “Vixe Maria”, o enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Tiago Martins, renovado pela agremiação.



A escola promete fazer dos seus componentes os verdadeiros quadrilheiros, que desembarcarão em Maracanaú, no Ceará, onde é realizado um dos maiores São João do mundo. O enredo trará as origens deste folguedo popular e a história de uma das festas mais populares do Brasil.



- Das festanças nos salões nobres da Europa até a chegada ao Brasil e a transformação em cortejo religioso. “Vixe Maria” é o título do nosso enredo, exaltando essa expressão nordestina. Podem esperar um desfile muito alegre, de bom gosto e falando da nossa gente. Será um Carnaval com todos os ingredientes brasileiros: festa, fé, cultura e diversão - afirma Tiago Martins.



No carnaval de 2025, a Acadêmicos de Niterói será a 7ª escola a desfilar no sábado de carnaval, 1º de março, na Marquês de Sapucaí. A escola integra a Série Ouro da folia carioca, comandada pela Liga RJ.


Veja a sinopse do enredo


Sinopse

Acadêmicos de Niterói


Vixi Maria!

Olha quem vem chegando para a maior festa da cidade: a Acadêmicos de Niterói!

Cheia de balancê, an avant (ê), returnê. Chegou a hora do anarriê!

Essas palavras dão pistas das origens europeias de uma dança que move os brasileiros na

solenidade de São João. Ao contemplarmos a sua fogueira festiva, alguns afirmam recordar

que foi Santa Isabel quem a acendeu para anunciar o nascimento do filho. Aquele que traria a

“boa-nova”, a vinda de Cristo.

O “luzeiro do anúncio”, símbolo representativo desse chamado, brilha na escuridão, abrindo a

presença divina para o nosso festão.

Mas nem sempre foi assim.

Das festas pagãs das antigas civilizações, ligadas aos ciclos da natureza, diversos rituais foram

apropriados pelo catolicismo e incorporados em celebrações nas cortes monárquicas do Velho

Mundo. Nos séculos 18 e 19, o hábito de dançar quadrille fazia parte das animações na

Europa. Era um costume entre os nobres franceses de se reunir em pares de homens e

mulheres para uma dança com passos marcados.

Já a quadrilha, como dança e também como música, vai entrar para o repertório brasileiro

após a chegada da família real portuguesa. Os instrumentos de orquestra passam a ser

substituídos pela sanfona, triângulo e zabumba. Aqui, as festas juninas foram reinventadas e

se tornaram uma exaltação das raízes caipiras.

Bolo de fubá, canjica, milho, paçoca, pamonha, pé de moleque, maçã do amor. Vinho quente e

quentão. Chapéu de palha, camisa xadrez, calça com remendos. Bombinhas e rojões, fogos de

artifício. Bandeirinhas coloridas penduradas em varais de barbante.

Tudo virou folclore, tradição.

Mesmo nascida em outro continente, as festas juninas assumiram uma identidade própria em

território nacional. Virou um evento imperdível. Internacional. Como o meu, em Maracanaú

(Ceará), o maior São João do planeta.

A festa popular também virou festa católica, a quermesse das igrejas acompanha alguns ritos e

rituais.

Santo Antônio, por exemplo, é o casamenteiro.

São Pedro é quem controla o tempo.

São João traz a característica da fartura [que remete aos períodos de plantio e de colheita].

Para São José, levo meu arrasta-pé.

A “Padim Ciço”, garanto minha proteção.


A fé permeia a cultura. A religiosidade se mistura ao populário. Essa crença que se manifesta

de forma tão singular e bela, tão simples e rica nas festas juninas, é a expressão de um desejo

latente na alma de nossa gente que busca um mundo melhor, que nunca perde a fé e a

capacidade de se divertir.


A devoção junina é a síntese da alegria do brasileiro de poder festejar e rezar.


“A fogueira tá queimando Em homenagem a São João O forró já começou Vamos, gente, rapa

pé nesse salão”

Luiz Gonzaga - São João na Roça


Para a minha querida e eterna professora Rosa. Seus ensinamentos e histórias estarão

comigo para sempre. Obrigado por tudo!

Carnavalesco Tiago Martins

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